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não sei... nem o espelho diz quem sou, nem o olhar desconhecido que encaro quando me vejo.
Nem as palavras que sempre odiei, e que em poesia pareciam fazer sentido. Não saberei eu amar, eu sentir... ?
Escrevo com roupa, mais fácil esconder o que não consigo sentir. Se havia um estar, eras tu, mas morreste. Se havia um estar, era aquele. O outro, o mesmo, o de sempre. Encontro me apenas na revolta, no aguçar da dor, de estímulos, que me cravam emoções, sentires que abafei, que quebrei, para ser. Ser, o que nao sou, fazer o que nao quero, caminhar onde morro, e confundo-me a cada dia. Destilo palavras sem sentido, onde um pranto quebrado, se abraça, esse abraço que esqueci, e procuro na nudez, um momento, um instante de vergonha.
Talvez mesmo, seja isto um eco nunca ouvido, palavras na eternidade que nao serão lidas, nao sei... o amanha tece teias que nao me segurarão, e nesse caminho, cairei. Ja vi um olhar perdido, e nele me neguei, mentindo, escondo-me. Que utopias, que pregos seguram estas tábuas podres, este soalho corrompido.... nao sei...
Uma mao que segura, um alguem que vem, uma esperança falsa, nao sei.... nao sei pedir, nao sei implorar, por um alguem, que como eu, é ninguem, num mundo de todos, menos nós!
Emoções, frustrações,
um sem fim de entraves,
a um sentir, que se perde na agilidade de um estado.
adocicado e sombrio.
Um sim de uma rosa,
é agora, uma demarcação num canto,
onde pétalas caem,
e espinhos seguram o desnudar,
de um desejado e abortado estar.
Até o canto empolga numa melodia,
de um pranto molhado,
em sonho perdido, recanto desprezado,
embuste caído, sim postado.
O tempo abranda, a melancolia avança,
e a solidão salteia,
num debuxar de chagas,
onde feridas abrem,
e sentires despontam,
como pedras em metamorfismo.
Não há rima, nem batimento,
somente uma apneia viva,
sem sentimento.
oh doce palavra,
quisesse eu perder-me,
e fazer de ti,
a única, nas letras, versos,
nos poemas, sentimentos,
esvoaço de sentires,
de pureza delicada,
onde cada toque,
virgem enseada.
Decorrer no teu traço,
suavizar o teu laço,
embriagar-me e tomar,
cada toque, num eternizar.
O enlaço da didascália,
que o tempo faz parar,
no beijo de uma palavra,
que outrora,
fiz beijar.
Finas linhas,
num desenho perfeito,
deleito, do meu vaguear,
esvoaçando e provando,
o teu degustar.
flipe
Num instante tudo oscilou,
e o que era perdeu-se,
até mesmo uma coragem aparente,
dissolveu-se,
neguei-me a ti,
e ao ver-te.
fugi.
E tristemente me perdi.
Desconheço o teu sentir,
e o meu, lástima descobrir,
que te temo, partir,
que te amo, e tristemente,
eternamente.
Voraz, presente o teu,
em meu olvidar, teia tecida,
no meu amar, sentida,
do meu desesperar, morrida.
Lágrima, teia trépida,
que me enlaças, e me traças,
um sem fim, sem destino,
sem ti, perdido.
Não toca a palavra,
sem a possível letra,
que faça testemunhar,
a minha morte, na vacuidade,
do meu estar.
Sensação,
de que tudo é vão,
somente o olhar,
que não olho,
o sentir,
que não sinto,
tolda uma razão,
aquela que do mundo,
é perdição.
Perdido, grito presente,
consciente, faço-me entoar,
um verbo fingido,
dum estar.
Um engano,
um pranto negro,
num olhar brilhante,
que atenua a cada dia,
em enredo cessante.
É assim, um som,
um toque, uma criança,
um esvoaço dum olhar,
dum sentimento,
exasperar,
dum estado sem teoria,
para um respirar,
de agonia.
Trago sangue, espirros de dor,
pregos em caixão, amor,
chagas de uma alma, de uma pintura negra,
omitida, que se apraz, e jaz,
numa morte apodrecida.
Telhas de vidro, em borrões de censura,
onde se quebram galhos, e árvores se levantam,
em hipócrita alvura.
Picos de uma agnosia,
onde falsos Deuses constroem sonetos,
num disritmia, harmonia,
de um tudo parecer, fazer crer,
e nada ser.
Somente o olhar, onde o preto é brancura,
e o olhar, ternura,
onde tudo se perde, e se inicia,
onde o gesto é um sim, de um não constante,
tirania.
Se acordar fosse viver, e adormecer,
o teu ser, seria morte, seria sonho,
seria pranto molhado, em dia de inverno,
um senão, de uma razão, perdição,
em tudo, o teu coração.
Procuro no passado,
a dor da tua presença,
do doce amargo, de um desejo,
desejado e agora acabado.
Promessa, maldição,
foram as tuas palavras,
no meu coração,
foi amor, entrega, um sim na eternidade,
que quebrou,
na saudade.
Em ti me perdi,
em ti, fiz abismo sem fundo,
onde apenas um destino,
era uno.
Enlaço os lábios,
mas não faço sorrir
toldo um viver, num embuste de um sentir,
sou um desconhecido,
num sonho perdido;
lágrimas secas, amor dormente,
tristemente latente.
Assim sou eu.
Uma dor, uma inconstância,
sangue de coração, que brota em aflição,
que escarna, e fratura num congeminar,
que se perde e afunda, morrendo a caminhar.
Será este o trilhar, de um trilho após outro,
apenas sonhar,
será este o choro de alma,
que padece e carece num não sentido,
onde o fazer, é um tudo de nada perdido.
Quão belo era o traço do amor,
da linha que derretia, e prometia em esperança,
num eterna cor.
Terá derramado, secado,
terá num ter de tido, de perdido,
de presente sentido,
ou simplesmente flor, noite na dor,
na briza que esvoaça,
e entrelaça, fecha e desperta,
no ser, amanhecer.
O perfume evaporou,
é agora, pele, hora que passa,
e que no depois, emborracha,
numa inculpa, culpado,
no deleito pregado.
Escrevo por entre mãos,
num nada saber, querer,
em vão de escada, onde o ranger,
é ouvido em perdido.
Premeio, olho, forço-me a encontrar,
um significado estar,
mas azul em primavera,
é preto em verão, olhar de baixo,
escuridão.
Se faço, não quero fazer,
se perfaço, enlaço e perco-me,
confuso entrelinhas, sem pontos,
nem passagens, onde tudo se contradiz,
num depois sem giz.
Entrego-me aos veios de sangue,
onde cada terminar,
é uma desculpa de um estar.
Escrevo para não morrer,
para não sentir, o quanto sofro,
o quanto me mata a inutilidade,
de não poder ser, de não poder viver,
e mais, muito, muitíssimo mais,
de não te poder amar.
Aquele sonho, aquele sorriso,
aquele acordar sem nada pensar,
parece quebrar-se, desmembrar-se,
a cada dia passar…
Já não sei, já não reconheço,
ao mundo, a mim, aos outros,
aqueles que um dia, desejei,
tudo isso matei…
Procuro edificar-me, mas…
não encontro tijolo, nem massa,
nem aquelas asas que um dia voava,
e voava, sem nada olhar,
apenas ser, apenas amar!